A nossa turma andou nestas duas últimas semanas a explorar o conto «O TESOURO» do autor Manuel António Pina onde nos são relatados factos sobre o 25 de Abril e que conta a história de um país de gente triste a
quem faltava algo precioso, um tesouro...Fomos todos à procura desse tesouro e hoje sabemos dar-lhe todo o valor: A LIBERDADE.
Havia um país longínquo em que as pessoas viviam tristes e oprimidas.
As pessoas, que visitavam esse país, não compreendiam porque era assim
infeliz esse povo.
Quando esse povo começava a ter confiança com as pessoas que o visitava
contava-lhes o seu segredo.
Então diziam que eram infelizes porque não podiam falar alto daquilo que
pensavam e que sentiam nem ouvir a música que queriam. Viviam como se fosse uma
prisão.
Toda a vida desse povo era controlada pelo governo.
Trata-se de uma história sobre a vida em Portugal antes do 25 de Abril de
1974 e sobre as mudanças positivas provocadas pela revolução.
Para também o conheceres melhor, tal como nós, podes lê-lo/ouvi-lo acedendo ao seguinte link:
RESUMO DA HISTÓRIA
“O
Tesouro”
Era uma vez, há muito tempo
atrás, num país muito distante, vivia um povo infeliz e solitário.
O céu era alto e azul, os campos férteis, o
mar e os rios estavam cheios de peixes, as cidades eram quentes e luminosas mas
as pessoas que moravam nesse país andavam sempre tristes.
Sempre que podiam, escondiam-se
dentro das suas casas e quando se cruzavam com as outras pessoas nos cafés, na
rua, nos empregos, falavam muito baixinho com medo de alguma coisa.
Quando outras pessoas de outros
países chegavam ao País das Pessoas Tristes não compreendiam o que ali se
passava. As pessoas eram tão meigas e simpáticas e, pelo que dava para ver,
tinham tudo para serem felizes.
Quando lhes faziam perguntas, as pessoas
afastavam-se e não respondiam e pediam desculpa.
Mas, quando os visitantes
ficavam durante muito tempo nesse país, depressa faziam amigos. E então, esses
amigos levavam os outros para suas casas, fechavam bem as portas e as janelas
para que ninguém os ouvisse e aí contavam a razão porque estavam tão tristes.
Diziam então, que aquele povo tivera um dia
um grande e belo tesouro e que alguém o roubara. Esse tesouro era importante
para eles pois sem ele não conseguiam ser felizes.
- Um tesouro? – perguntavam os visitantes
surpreendidos.
- Sim, um tesouro… a Liberdade!
- A Liberdade? Um tesouro?
Os visitantes achavam estranho pois no seu
país a liberdade era uma coisa normal.
- Sim, a liberdade é como o ar que
respiramos – diziam-lhes os seus amigos do País das Pessoas Tristes – só quando
não o temos, é que sabemos dar valor.
- E como pode alguém viver sem Liberdade?
As pessoas tristes diziam que no seu país,
não podiam fazer aquilo que mais gostavam, nem dizer o que pensavam; não podiam
passear nem conhecer outras pessoas.
- Mas isso é uma grande tristeza – diziam
os visitantes – agora, percebemos porque estão sempre tristes.
Os meninos do País das Pessoas
Tristes não podiam ouvir músicas, nem ver filmes que mais gostavam, nem sequer
podiam beber Coca-Cola porque era proibido. Os rapazes e as raparigas não podiam
conversar uns com os outros e no recreio tinham de brincar separados. As
raparigas não podiam vestir calças e os rapazes, quando começavam a crescer,
tinham de ir para a guerra.
O povo do País das Pessoas Tristes não
podiam escolher o chefe do seu país, e assim esta tristeza nunca mais acabava.
Até que chegou um dia em que as pessoas
decidiram reconquistar o seu tesouro: a liberdade que tanto queriam! Os
soldados reuniram-se e decidiram roubar o tesouro das mãos dos ladrões, e
finalmente conseguiram.
As ruas encheram-se de pessoas que gritavam
alegremente: “Viva a Liberdade! Viva a Liberdade!”
Todas as pessoas estavam felizes e encheram
as suas casas de cravos vermelhos e os soldados meteram cravos nas espingardas.
Tudo isto aconteceu no dia 25 de Abril, e
porque foi nesse dia que aquelas pessoas recuperaram o tesouro da liberdade,
esse dia passou para sempre a chamar-se o Dia da Liberdade.
“O
Tesouro” de Manuel António Pina (adaptação)